domingo, 18 de março de 2012

Sobre incentivos (e estações de Metrô...)

Cof, Cof, Cof...
Mas quanta poeira por aqui! Já estava mais do que na hora de passar um espanador no Manga, sacudir a poeira só para deixar uma reflexão sobre o poder das palavras! Calma, este não é mais um post de auto-ajuda!


Alguém aí consegue puxar na memória os livros que leu para o vestibular? Pois então podem ser que se lembrem de  Brás Cubas, personagem de Machado de Assis, quando ainda no começo da obra, estima o número de leitores de suas Memórias Póstumas no trecho: "...O que não admira, nem provavelmente consternará, é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal*, nem cinquenta, nem vinte e, quando muito, dez. Dez? Talvez cinco..."
Foi com o mesmo realismo pessimismo de Brás que, após 4 meses de férias, esta semana resolvi consultar as estatísticas de visitas ao meu bloguinho empoeirado. Qual não foi a minha surpresa ao constatar que, seguindo a tendência do poder da internet e da blogosfera, eu tinha uma série de visitantes semanais que chegavam ao meu blog através de buscas na internet por assuntos que eu já tinha abordado aqui antes? Não me considero iniciante nessa tecnologia, mas eu achava que meus visitantes estavam restritos aos meus contatos, visto que não sou muito de visitar e comentar outros blogs, fazer propaganda do meu, tampouco de atualizar direto. Mas poxa! Sim! o guru Google, de forma subliminar, dizia: "Não desista! Tudo o que você transmite, pode impactar alguém!"


Serviço de resgate de fósseis de blogs - Google!


Pouco antes dessa garimpagem, recebo pelo messenger, em uma terça-feira qualquer, um link com uma reportagem da Revista Casa Vogue sobre as mais belas estações de metrô ao redor do mundo**, com uma mensagem: "Vi isso e achei que tinha tudo a ver com o seu blog. Por que você não posta?"...
Esta frase, somada a outra proferida em uma conversa qualquer, com a mesma pessoa***: "Eu acho legal o posicionamento do seu blog! Por que você não volta a escrever, pelo menos uma vez por semana?", surtiram um efeito no meu cérebro (e no meu comportamento) que só posso traduzir como o tal do poder das palavras, que mencionei no início deste texto. O poder de despertar ideias, sonhos, abrir portas, encurtar caminhos, de ir em frente.
Este post de hoje é só para agradecer ao incentivo que estas palavras que eu escutei me trouxeram a voltar a escrever aqui no cantinho, pelo menos uma vez por semana! Com pouco esforço, meus olhos brilharam por este espacinho aqui novamente...


E então, rapidamente, resgatei minha memória e lembrei de tantas histórias de amigos queridos que certamente contaram com palavras de incentivo para:


- Escrever um livro e publicá-lo;
- Adotar uma criança (ou duas);
- Trocar de curso na faculdade;
- Fazer uma segunda faculdade;
- Mudar de cidade;
- Desenterrar um diploma guardado por 33 anos;
- Abrir seu próprio negócio


...


Achei um trecho incrível da escritora Lya Luft, que resume bem a mensagem: "...A palavra faz parte da nossa essência: com ela, nos acercamos do outro, nos entregamos ou nos negamos, apaziguamos, ferimos e matamos. Com a palavra, seduzimos num texto; com a palavra, liquidamos – negócios, amores. Uma palavra confere o nome ao filho que nasce e ao navio que transportará vidas ou armas..."


Quem você vai incentivar hoje? 


*Stendhal:  Escritor Francês que viveu entre 1783 e 1842. Dentre suas citações, destaco: "Só existe uma lei no amor; tornar feliz a quem se ama..." ... Seja lá o que significar felicidade para cada um de nós, não é mesmo?
** A princípio eu cheguei aqui para escrever sobre as estações, mas decidi fazer esta pequena reflexão - e homenagem - mais do que justa... De qualquer forma, recomendo a visita à reportragem, as estações são verdadeiros motivos para deixar o carro em casa e andar de metrô!: http://casavogue.globo.com/arquitetura/top-10-as-mais-belas-estacoes-de-metro/
***O amor da minha vida!